Governo do Estado instituiu um grupo de trabalho para traçar o plano de
retomada da produção do sisal em larga escala no Rio Grande do Norte. O
grupo deve reunir diversos atores, a nível estadual, federal e
municipal, com o objetivo de recolocar a fibra na
cadeia econômica potiguar.
A formação do grupo foi firmada durante reunião realizada na
Governadoria na tarde desta quinta-feira (4). A ideia partiu da
articulação entre os atores governamentais – Secretaria de Estado da
Agricultura, da Pecuária e da Pesca (Sape), Empresa de Pesquisa
Agropecuária do RN (Emparn) e Instituto de Assistência Técnica e
Extensão Rural do RN (Emater-RN) – e a empresa Sisaltec, instalada no
Distrito Industrial de Extremoz com uma indústria de beneficiamento e
exportação da fibra de sisal.
A governadora Fátima Bezerra conduziu a reunião e destacou a importância
da articulação entre o Estado e o setor produtivo para o sucesso do
plano. “O projeto deve sair do grupo de trabalho totalmente estruturado,
com um arranjo produtivo concatenado que leve
emprego ao interior do nosso estado. De parte do Governo, a prioridade é
criar o ambiente de trabalho e de negócios mais favorável possível”,
destacou a chefe do Executivo.
A região nas proximidades do município de Touros, no Litoral Norte
Potiguar, já teve a maior área contínua com produção de sisal no Brasil.
Porém, a queda do mercado da fibra orgânica encerrou a produção em
diversas áreas do estado. Atualmente, a produção está
praticamente restrita à região do Mato Grande, que se fez presente à
reunião com representantes dos trabalhadores rurais, vereadores e
representantes da Prefeitura de João Câmara.
A Sisaltec hoje adquire toda a produção do RN e trabalha com apenas 20%
de sua capacidade produtiva. Por isso, a decisão do Governo de investir
na retomada do sisal foi bem recebida pelo empresário Harry Polman, um
dos sócios da Sisaltec. Para o empreendedor,
o momento é ideal tanto no mercado nacional como internacional. “A
produção caiu porque o fio sintético ganhou mercado. Porém, a situação
mudou com o foco na questão ecológica. E o sisal é um material
totalmente sustentável, desde a sua produção, sem causar
problema para o meio ambiente. É muito importante ter todos esses
atores envolvidos no plano, como nunca aconteceu antes”, destacou
Polman.
A expectativa inicial externada na reunião é de que o plano de
recuperação da produção rural alcance entre 3 a 5 mil hectares de
plantação apenas para atender a atual capacidade de beneficiamento da
Sisaltec. “Nós também vamos envolver os municípios na construção
desse plano. Espero que dentro de 30 a 40 dias possamos concluir os
estudos e montar o modelo produtivo com um acordo de cooperação. Será um
esforço grande para revitalizar uma cadeia produtiva que está parada”,
explicou o secretário Guilherme Saldanha, titular
da Sape.
O rearranjo da produção do sisal também incluirá entidades como a
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Banco do
Nordeste, que estiveram no encontro realizado pelo Governo. A Embrapa,
em parceria com o Governo, participará das capacitações
para os trabalhadores rurais, apresentando novas técnicas de produção
como as que já foram desenvolvidas em conjunto com a Emparn. Enquanto o
Banco do Nordeste, que já vem fazendo estudos no setor, apresentará
linhas de crédito para os agricultores. A primeira
reunião do grupo de trabalho, que ainda deverá contar com a
participação de entidades como o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas do RN (Sebrae-RN) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
(Senar) acontecerá até o final deste mês.
Fotos: Demis Roussos.
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